segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Senta que lá vem a história


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Fui desses bebês que parecem um cão sharpei de tanta dobrinha.  Criança e adolescente de peso normal.  Mas aqui começa uma parte tosca do processo.  Quando tinha uns 13 anos, eu era magra mas achava que era gorda.  Não sei precisar qual era a minha altura e peso da época, mas nas poucas fotos dessa época dá para constatar que eu não tinha nada de gorda.  Tenho muitas teorias sobre essa loucura, mas resumindo eu era tímida, cdf, insegura, tinha uma criação rígida e antiquada e por causa disso minha popularidade era zero.  Não preciso dizer que nenhum menino me olhava.  Talvez até olhasse e eu não percebia.  O que minha cabecinha de adolescente imatura concluiu?  Que eu era gorda e meu corpo era inaceitável.  Apesar da fome que dá a fase de crescimento e das várias atividades físicas que eu fazia, às vezes tentava não comer e quando batia uma culpa eu me matava de fazer abdominais.  Foi nessa época que cheguei na minha altura de 1,75 e meu peso foi aumentando até que com 16 anos eu cheguei a uns 73 quilos e fiz meu primeiro regime: duas folhas de caderno que uma amiga me passou dizendo que era dos vigilantes do peso.  O regime não era ruim, se me lembro bem era balanceado e permitia um lanche e um refrigerante por semana.  Só para constar, naquela época não havia refrigerante diet.  Emagreci qualquer coisa que não me lembro quanto, mas estava às vésperas dos vestibular e é claro que o regime foi para as cucuias.
Nos meus vinte e poucos anos meu peso oscilou muito entre os 75 e 65, reflexo da inconstância do meu comportamento.  Fazia regimes nervosos mas quando escorregava era para valer.  Me matava de fazer atividade física (natação e caminhada) durante um tempo depois parava geral.
http://itabi.infonet.com.br/trocandoideias/wp-content/uploads/efeito-sanfona_palav2.gif
Nessa época morava com meus pais.  Minha mãe era excelente cozinheira e a comida sempre foi uma das maneiras com a qual expressava seu amor.  Na nossa casa sempre tem um bolo pronto, vários doces na geladeira e no armário e sempre alguma novidade na mesa de almoço e jantar (a coleção de receitas dela é absurdamente grande).  Era um campo minado para as escorregadas.
Depois dos 30 o efeito sanfona piorou.  Fiz um regime bravo para me casar e saí dos 80 e poucos para 75.  Cada baque emocional que sofri aumentou meu peso máximo e em 2008, com 36 anos eu cheguei aos 90 quilos .  Meu casamento entrou numa fase péssima e é claro que meu peso foi um dos fatores para isso.  Me inscrevi nos Vigilantes novamente pela internet e voltei para os 68 quilos, mas passei os últimos dois anos foram os mais complicados e emocionalmente trabalhosos da minha vida e quando vi estava de volta aos 80 quilos. 
Voltei ao regime em maio desse ano e é nesse ponto em que a gente se encontra.  Sigo os Vigilantes, gosto de cozinhar, inventar e testar pratos.  Nunca tomei e não pretendo de maneira nenhuma tomar remédio.  Acredito que o único jeito de emagrecer e permanecer magra é mudar a nossa cabeça e é nisso que eu tenho me empenhado mais do que no regime propriamente dito.  Já descobri muita coisa sobre mim mesma, sobre o que me faz me refugiar na comida e outras coisas.  Não sei o que ainda falta, mas vou descobrir e aí lhe conto.

Um comentário:

  1. Nossa, mais uma vez me identifico com o conteúdo completo de seu post...
    O efeito sanfona, e o pior, a crise no casamento (atualmente adormecida, pois como vc, entrei no VP).
    Boa sorte para nós.
    Abçs

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